terça-feira, 27 de novembro de 2007

Uma outra Tropa de Elite

Você pode ler este texto sem medo, pois não contém spoilers. Se você não assistiu ao filme e pretende vê-lo, não revelo nada que seja novidade.

Este foi um filme que relutei em assistir, por querer evitar ver cenas de violência. Mas fui sendo cercado por todos os lados, por DVDs que amigos que me ofereciam, até que minha irmã me convenceu de que eu não veria cenas de "Jogos Mortais" nele. Providencialmente eu e minha esposa passamos perto do cinema e descobrimos que era dia de preço promocional. Era a nossa deixa.

Por fim, com relação às cenas de violência, não tem nada muito além do que já é comum em filmes de ação norte-americanos que passam todos os dias na TV. E tinha menos palavrões do que me falaram que tinha. Só não gosto de encarar a violência como algo normal, porque não é.

Mesmo assim saí do cinema com a sensação de que deveria resolver meus problemas de forma estúpida, e me senti mal por isso; mas foi só nos primeiros minutos. É normal eu sair do cinema no clima do filme. Quando vejo filmes de OVNIs saio involuntariamente olhando para o céu.

Antes mesmo de chegar em casa eu já havia tirado algo de positivo do filme para minha vida. A objetividade do Capitão Nascimento, por exemplo, reforça minha filosofia do "Faça o que tem que ser feito"; não de forma estúpida, mas sem ficar enroscado em dúvidas inúteis que só atrasam a realização de nossos projetos. Mas, acima disso, a luta deles contra os inimigos serve de exemplo para a nossa luta contra o pecado e a injustiça, e a determinação deles é exemplo para nossa determinação nos serviços paroquiais.

Tenho notado que há uma tendência de as pessoas ficarem fãs do Capitão Nascimento e quererem imitá-lo na vida real. Se você também se sentiu impelido a usar sua força, inteligência, talento, garra e conhecimento em prol de um mundo melhor, pode se alistar na "Tropa de Elite de Deus". Há batalhões precisando de gente com o seu talento nos serviços de sua igreja. Há lugar para todo mundo. Lá você pode se sentir útil e realizado por aproveitar tudo o que você tem de bom a favor de um mundo melhor, para você e para os outros, por contribuir para com a felicidade e a Salvação das pessoas ao ajudar a levar Deus até elas. Sei por experiência própria; vale a pena.

E não é porque alguns de nós já trabalhamos para Deus que podemos fazer esse trabalho de qualquer jeito. Não dá pra ser forte, resistente e determinado nas coisas do mundo e não aproveitar esse talento todo para as obras de Deus, que são as mais importantes. Ora, se é para imitar o Nascimento, imitemo-lo para o bem, para coisas valiosas. Será o melhor para todos.

quarta-feira, 21 de novembro de 2007

Um passeio em Júpiter

Às vezes eu tenho sonhos tão grandes, malucos e consistentes, que parecem verdadeiros contos surrealistas. Esta noite tive um desses.

Sonhei que pousei em Júpiter. Não sei como; quando percebi, já estava lá. Parece que havia alguém ou alguma coisa junto comigo, mas não consigo distinguir o que era. Poderia ser meu palmtop, um cãozinho, um amigo ou até a minha esposa. Ou a minha sombra.

Eu estava lá, com sol quente, sem nenhuma roupa especial, como se estivesse na Terra. Eu estava passeando na superfície sólida, lembrando-me que lera em algum lugar que a superfície deveria ser líquida. "Eles devem ter se enganado", pensei. Assim, passeando pela rua, resolvi entrar numa casa à esquerda. Entrei, fui até o quintal e entrei pelos fundos, na cozinha. Tudo era branco: a casa, a cozinha, as cadeiras, a mesa... e o que estava em cima dela também.

Sobre a mesa havia uma estrutura complexa que me chamou a atenção. Parecia uma cidade em miniatura, só que suspensa (sobre algumas colunas finas; não flutuante). Havia um elevador que levava da superfície da mesa da cozinha até a entrada da cidade. Deveria caber um bonequinho do Playmobil no elevador; talvez mais magro. Fiquei maravilhado! Eu estava vendo a primeira evidência de uma civilização alienígena, uma civilização de Júpiter!!!

É lógico que eu quis conhecer a cidade; então fiquei pequenininho e entrei no elevador. O elevador parecia uma rolha oca suspensa por um barbante e uma roldana. A gente puxava a corda do outro lado para subir, como elevadores de andaimes. Não havia eletricidade na cidade; eles não chegaram a esse ponto. "Os súditos da Rainha devem puxar essas cordas para ela", pensei, imaginando pequeninos escravos egípcios mascarados puxando o elevador.

Cheguei lá e fiquei observando aspectos de sua cultura. A cidade estava vazia, mas havia prateleiras com garrafas. O rótulo de cada garrafa parecia uma bandeira diferente. "Devem ser bandeiras de times de algum esporte que eles praticam por aqui", pensei. Exceto pelas garafas coloridas e seus rótulos, tudo permanecia branco.

Depois de olhar as garrafas e intentar caminhar para o centro da cidade, mais ensolarado (eu estava numa área coberta), tive impressão de ter reconhecido uma bandeira. "Mas aquela uma parecia a do Flamengo!", pensei comigo. Dei meia-volta e fui confirmar. Olhei as garrafas e vi: "Sim, esta é a do Flamengo!" (Não era a do Flamengo de verdade, mas no sonho era.) "Não são todas bandeiras conhecidas?", perguntei ao meu acompanhante, que confirmou a bandeira de alguns times. De repente estava reconhecendo vários. Encontrei até a do Corínthians (meu time) lá no meio.

Era a minha decepção. O que pensei ser uma civilização alienígena era apenas uma intervenção humana em Júpiter. Eu achava que os humanos ainda não haviam chegado em Júpiter, antes de mim. Então me dei conta de que a própria casa e a cozinha eram também construções humanas em Júpiter.

Então, no sonho, já fora da mini-cidade, mas ainda naquela casa branca de Júpiter, redigi este texto (este mesmo que você está lendo, até o parágrafo acima, apenas omitindo que era um sonho, pois eu não tinha como saber) para comentar com um amigo meu da física (o Fafers) que iria gostar da notícia. Redigi em um notebook preto, usando um programa Office aberto, e enviei por e-mail para ele. Depois começou a chegar gente. Amigos diversos, amigos de amigos, todos no quintal para fazer um churrasquinho. O Fafers também veio, e comentei com ele sobre o e-mail. Ele falou que não recebeu, e então abriu uma mini-valise onde ele carregava um palmtop, um celular e um pen-drive mp3; tirou o pen-drive, que estava sempre on-line, e checou seus e-mails, e confirmou que não recebeu. Então contei-lhe a história toda. Como imaginei, ele achou legal e engraçado. Mais tarde descobrimos que ele não recebera porque mandei-lhe para o e-mail que ele menos lê (na realidade, o que ele menos lê é outro).

Fiquei pensando com meus botões que seria muito melhor eu comprar um pen-drive do que continuar com o palmtop. Embora o visor do pen-drive fosse bem menor, estava sempre on-line e era ainda mais leve e mais fácil de carregar que o palm. Além de ser bem mais barato: só uns R$ 30,00 (isso eu li de verdade, neste outro blog). "Vale a pena investir nisso", pensei. E fiquei pensando no funcionamento de um pen-drive.

"Um mp3-player é um pen-drive com programa de mp3. Um pen-drive é como um mini-computador. Dá até pra formatar... e instalar o sistema operacional nele. Será que funciona com FORMAT /S?" (Para quem não conhece, é um comando do DOS que formata discos instalando o sistema operacional.)

Apenas para alguém do futuro que esteja lendo isto: no presente, pen-drives ainda não são mini-computadores; dá pra formatar, e até para instalar sistemas operacionais e dar boot no computador por ele, mas ele por si só não dá boot em si mesmo, não tem processador, e não está permanentemente conectado à internet.

Depois desse longo dia, eu e minha esposa estávamos preparando nosso quarto branco, naquela casa branca, para dormir. Então senti falta do meu palmtop e de algumas guloseimas que eu havia deixado no porta-malas do carro. Lá na Terra. "Já volto, meu amor."

Então eu estava na Terra, à noite (mesmo horário de Júpiter) com a chave do carro na mão, procurando o palmtop e meu carro. O sonho pulou a parte da viagem interplanetária.

O palmtop eu encontrei facilmente na esquina em que eu achava que o havia deixado. O carro eu não lembrava onde o pusera. Havia muitos carros estacionados na rua onde eu estava, e era muito mais fácil, para mim, acionar o alarme e ver qual carro apitava e piscava. O primeiro que respondeu ao meu alarme estava bem próximo, mas não era o meu carro. "Primeira vez que vejo um caso de outro alarme com a mesma freqüência", pensei. A busca estava difícil. Estava preocupado com o horário. "Não posso chegar tarde em Júpiter. Ainda tem o tempo da viagem de volta." Nessa hora tentei lembrar quanto tempo é de viagem, e achei estranho não me lembrar da viagem à Terra. Mas isso não importava; importava achar o carro. Pensei, até, aflito, se o carro estaria em Júpiter e eu tinha viajado à Terra à toa. "Não, eu não iria para Júpiter com esse carro, com o motor desse jeito" (o motor dele está realmente falhando e com potência reduzida). Então continuei minha busca, lembrei onde o deixei, o alarme ajudou, achei o carro (estava coberto por um véu, já que eu estaria fora da Terra por alguns dias), abri o porta-malas, peguei as guloseimas (umas rosquinhas, e talvez um chocotone) e voltei a Júpiter a tempo de dormir com minha esposa, levando o palmtop e as guloseimas.

Aí o sonho acabou. :-)

"Ele sempre faltou nos compromissos..."

Ontem sonhei que passei no velório de alguém famoso. No sonho esse alguém não me foi identificado, mas era como se eu o tivesse conhecido de vista. Talvez um político.

Pude notar que havia algumas pessoas na sala, velando, mas não havia o caixão com o corpo.

- Ué? Cadê ele? - perguntei.

Um ex-colega de trabalho meu, que também estava lá, me respondeu:

- Ih, ele não vem, não. Ele sempre faltou nos compromissos... Se não veio até esta hora, pode esquecer!