sexta-feira, 14 de setembro de 2007

"Tenho 20 contos naquele banco..."

Hoje sonhei que um colega de trabalho me contava sobre suas contas bancárias, e me disse: "Tenho 20 contos naquele banco...". Ficou claro que não se tratava de 20 reais. 20 reais a gente tem no bolso; não precisa de banco para isso. Ele só podia estar falando de 20 mil reais.

Foi então, durante o sonho, que me caiu a ficha: conto = mil. Sempre que alguém mais experiente diz que tal coisa lhe custou tantos contos, ele está se referindo a tantos mil (reais), por razões históricas, da época em que um conto era mil.

Realmente, fiz uma pesquisa rápida e verifiquei que, com a introdução do cruzeiro em 1942, 1 conto de réis equivalia a mil cruzeiros (1 conto de réis era 1 milhão de réis, e 1 cruzeiro era mil réis), e o costume popular continuou usando a expressão "um conto" para falar de mil cruzeiros.

Agora, acordado, vejo que usar conto como mil não é necessariamente uma regra, mas uma tendência. Mas o que eu achei interessante, e que me incentivou a redigir este post, é a capacidade de aprender, perceber e descobrir coisas durante o sonho. Antes disso, entendia "conto" como a própria unidade monetária, e isso sempre me confundia.

Não foi a única vez em que descobri coisas durante o sonho. Uma vez descobri a solução de uma fase de um jogo de computador (Castle Excellent) ao adormecer. Fazia dias que eu não conseguia passar aquela fase, me fazendo pensar nela dia e noite, até que a solução me veio em um sonho. Acordei, testei a solução e funcionou. Isso foi muito legal.

Geralmente os sonhos não têm lógica. As situações mudam de repente e a gente nem consegue perceber o absurdo. Isso é tão normal que achamos incrível quando um sonho tem alguma coisa lógica. Por isso acho fascinante quando os sonhos são tão lógicos a ponto de aprendermos coisas durante eles.